Governo de MS pede que proibição na pesca de pintado seja descartada no estado

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O governo de Mato Grosso do Sul pediu ao Ministério do Meio Ambiente, através de um ofício, que a proibição na pesca de pintado seja descartada no Estado. Em nota, alegam que a espécie não está ameaçada de extinção nas bacias hidrográficas da região. 

O envio do ofício acontece depois da pasta colocar pela primeira vez o peixe, também conhecido como surubim, da espécie Pseudoplatystoma corruscans, como “ameaçada de extinção”.

A decisão foi publicada no início deste mês e passa a valer a partir do dia 5 de setembro. Até a data, o governo do Estado tenta reverter a situação. 

Conforme o secretário da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, a medida do governo federal é questionável.

“Identificamos que o pintado não é uma espécie de extinção nos rios do Estado e por isso encaminhamos já um ofício ao Ministério para que nos envie os dados científicos mais conclusivos em relação a isso e que justifique o porquê da determinação”, afirmou Verruck.

Através do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o governo estadual enviou a solicitação do estudo científico que subsidiou a publicação da portaria federal que coloca o pintado em extinção.

Lembrando que MSl já possui legislação própria que estabelece medidas restritivas para captura dos pintados, especificando tamanho mínimo de 85 cm e máximo de 125 cm.

Extinção
O pintado foi listado como peixe ameaçado de extinção é resultado de uma longa análise técnica do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), que aponta os critérios de risco de extinção do método da IUCN (União Internacional de Conservação da Natureza), aceitos mundialmente e usados por mais de 100 países.

O  peixe é uma espécie de grande interesse para a pesca, especialmente no Pantanal.

“Outro problema que prejudica as populações de surubim é a contaminação genética, que pode ocorrer em virtude da soltura ou escape de híbridos. Um dos híbridos mais comuns é a mistura do surubim com a espécie congênere cachara, Pseudoplatystoma reticulatum, gerando o que se conhece nas pisciculturas como o peixe “ponto-e-vírgula” por conta do padrão de pintas (do surubim pintado) e faixas (que vem da cachara, mais ‘tigrada’), concluiu Luciana Carvalho Crema, coordenadora do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental do ICMBio.