Santa Casa suspende cirurgias eletivas e consultas por tempo indeterminado

Foto: Arquivo / Correio do Estado /

Ainda sem contratualização formalizada, a Santa Casa de Campo Grande vai suspender cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais, como novas consultas, a partir de hoje e por tempo indeterminado. A pressão é para que finalmente o contrato, que vem sofrendo aditivos desde quando venceu, em dezembro do ano passado, seja assinado. A causa da suspensão, de acordo com o hospital, “é a instabilidade imposta à instituição por estes fatos que impedem a manutenção dos serviços”.

Em nota, a Santa Casa, informou que a negociação do hospital com a prefeitura para assinatura do convênio de 12 meses se arrasta desde o dia 8 de dezembro de 2016, “e nunca é concluída”. “Por conta desta postergação, aditivos vêm sendo feitos ao contrato anterior quase que mensalmente. A prorrogação da assinatura faz com que prevaleça o contratado anteriormente e não se possa colocar em prática, efetivamente, as decisões tomadas pelas partes neste ano, inclusive as sugeridas pelo Ministério da Saúde em reunião”.

O repasse total da Prefeitura de Campo Grande para a Santa Casa é de aproximadamente R$ 20,2 milhões por mês e ainda faltam ser repassados cerca de R$ 4.4 milhões, referentes ao mês de junho. O hospital alega ter ainda R$ 11 milhões a receber por serviços prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS) antes de janeiro de 2017.

Em diversas ocasições, a prefeitura informou que o contrato estava pronto para ser assinado, bastava apenas a direção do hospital fazê-lo. A Santa Casa confirma que o contrato já foi redigido por uma equipe composta por técnicos da prefeitura e do hospital e que o mesmo foi enviado à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), porém “há mais de um mês para ser assinado, porém até o momento não houve retorno”. 

O hospital alega que já já realizou algumas adaptações solicitadas pelo município, como o fim do atendimento a pacientes não regulados no pronto-socorro, que desde o dia 29 de maio atende apenas pacientes enviados pela regulação municipal são atendidos no pronto-socorro, todos com senha emitida pela Sesau.

O superintendente do hospital, Augusto Ishy, informou que o atraso no repasse provoca falta de insumos e remédios. “Alguns tipos de fios de nylon para sutura já são escassos e alguma medicação também está em quantidade crítica. Precisamos reduzir nossos serviços agora para tentarmos reajustar nossa condição financeira e não desassistir pacientes. Precisamos de uma garantia não só mensal, mas sim anual para poder trabalhar”.

O superintendente ressalta ainda que os pacientes que já estão em atendimento ambulatorial não terão seus tratamentos interrompidos. “Não vamos prejudicar as pessoas que já estão em tratamento. Serão interrompidas apenas as novas consultas ambulatoriais. Assim também funcionará com as cirurgias eletivas, quem já está na fila de espera continuará aguardando por sua vez”, finaliza Ishy.