A folha de pagamento dos servidores municipais será o principal motor de crescimento das despesas da Prefeitura de Campo Grande em 2026. De acordo com a proposta da LOA (Lei Orçamentária Anual) enviada pela prefeita Adriane Lopes (PP) à Câmara Municipal nesta segunda-feira (1º), os gastos com pessoal e encargos sociais vão saltar de R$ 3,395 bilhões em 2025 para R$ 3,922 bilhões no próximo ano, uma alta de 15,51%. O acréscimo equivale a R$ 526,6 milhões.
O aumento da folha contrasta com o crescimento tímido do orçamento total da cidade, , que define também investimentos, estimado em apenas 1,49% para o mesmo período. A LOA prevê R$ 6,974 bilhões em despesas no exercício de 2026, contra R$ 6,871 bilhões projetados para este ano.
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Segundo a prefeitura, as despesas com pessoal representam atualmente 52,99% da Receita Corrente Líquida do município. O índice está abaixo do limite legal de 54% previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas ainda acima do limite prudencial, de 51,3%.
Na mensagem enviada junto com a proposta orçamentária, o Executivo afirma que estão sendo implementadas ações de ajuste fiscal para controlar despesas, aperfeiçoar processos administrativos e ampliar a eficiência da gestão. “Você diminui este índice com aumento da receita e diminuição das despesas, só tem essa fórmula. É o que estamos buscando com nosso Plano de Equilíbrio Fiscal”, explicou a secretária municipal de Fazenda, Márcia Hokama.
Durante a entrega da LOA e do PPA (Plano Plurianual) 2026–2029 ao Legislativo, a prefeita Adriane Lopes destacou que as propostas levam em conta a instabilidade gerada pela reforma tributária em discussão no País. “Estamos vivenciando um Plano de Equilíbrio Fiscal, diminuindo os gastos da máquina pública para investir na cidade. Temos ainda a preocupação da Reforma Tributária, então estamos com bastante cautela, pé no chão, pensando nos impactos que a cidade pode vivenciar”, afirmou.
O presidente da Câmara, vereador Epaminondas Neto, o Papy (PSDB), reforçou que os vereadores terão papel de cobrar austeridade na execução orçamentária. “A questão de estar mais conservador frente às incertezas da reforma tributária é prudente, mas evidentemente, tendo melhor ano de arrecadação em 2026, os investimentos também podem crescer”, disse.
Agora, a LOA e o PPA seguem para análise da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, sob relatoria do vereador Otávio Trad (PSD). O cronograma prevê audiências públicas abertas à população e votação em duas etapas até o fim do ano. Depois da aprovação em plenário, os projetos seguem para sanção ou veto da prefeita..