Na capital, Marketing de Wellinton é garantir que ganha até R$ 12 mil com paçoca

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Pode parecer brincadeira, mas com uma simples paçoquinha de rolha Wellington Cordeiro de Souza, de 27 anos, garante faturar até R$ 12 mil vendendo o doce nas ruas de Campo Grande, em 45 dias. A fórmula para o marketing de sucesso começa pelo traje, sempre bem arrumado e com blusa social. Segundo o vendedor, a roupa influencia totalmente nos lucros.


O resultado comprova que o ditado popular “de grão em grão a galinha enche papo” está mais do que certo. Em seis horas de trabalho, ele jura que vende 30 pacotes de paçoca com 10 unidades. O preço é estratégico, R$10,00. No fim do dia Wellington consegue R$ 300,00. Descontando o valor de R$2 5,00 por caixa do produto, o lucro real fica em R$ 255,00. Em 45 dias ele vendeu, no mínimo, R$ 10 mil. Isso em uma jornada de trabalho de meio período.

Ao Lado B ele explica que às vezes chega a vender seis caixas por dia, ou seja, 60 pacotes de paçocas. A façanha é possível e o cálculo básico mostra que para alcançar os R$ 10 mil Wellington teria que vender 5 pacotes por hora.

“Já tentei vender a unidade da paçoca mas demora demais, aí chamo de kit. De dez pessoas que ofereço, oito compram. Eu chego bem vestido, bem apresentável e tenho um bom motivo pra vender”.

O objetivo principal é empreender. Mas para isso, ele deseja atravessar o oceano atlântico, morar em Portugal por um tempo e voltar ao Brasil com um poder aquisitivo melhor. A justificativa do translado é que o ganho em Euro será mais vantajoso para os futuros negócios.


Paçoca de rolha vendida por Wellington, separada em sacos com 10 unidades (Foto: Paulo Francis)
“Normalmente eu abordo a pessoa e digo que junto recurso para ir para Portugal. Elas normalmente já fazem o Pix ou dão gorjetas falando que querem ajudar. Quero mexer com venda de imóveis de leilões”.


A alma de vendedor cresceu junto com o jovem. Neto de vendedores, desde os cinco anos ele acompanhava a avó nas vendas de salgados. “Comecei a puxar carrinho na rua, minha avó vendia salgado de manhã para obras de construção civil, para os pedreiros. Eu comecei a vender também. À tarde a gente ia até pro camelô e à noite ela fazia banca na feira”.

A história com a paçoca é recente e começa com a queda das vendas de veículos na Capital. Há três meses Wellington era vendedor em lojas de automóveis. Largou a profissão porque queria empreender. Sem saber se daria certo, o jovem começou a vender amendoim na rua. Com o dinheiro passou a vender brigadeiros, quatro unidades por R$10,00.


Talento com vendas Wellington adquiriu junto com a avó, ainda na infância (Foto: Paulo Francis)
“Fiquei um tempo sem saber o que eu ia fazer aí tive a ideia de vender algo fácil, só pra juntar dinheiro para os ingredientes do brigadeiro. Consegui uns R$ 6 mil. Quando vi que dava dinheiro fiquei surpreso. Logo depois fui para as paçocas, aí foi “boom” mesmo”, comenta.