Boric acena com reformas moderadas para tentar formar alianças no Chile

. / Agência Estado

Passada a euforia da vitória nas urnas, o presidente eleito do Chile, Gabriel Boric, enfrenta agora o desafio de convencer setores de centro e da direita de que não será radical em termos econômicos. O mercado reagiu mal ao resultado, fechando em baixa histórica. Para garantir a governabilidade, ele planeja moderar o tom das promessas de campanha.

São três as reformas planejadas por Boric: tributária, previdenciária e trabalhista. Segundo o jornal La Tercera, citando fontes próximas do novo governo, a reforma da previdência está em fase embrionária e será discutida com a sociedade civil. Por isso, sua tramitação não deve ocorrer tão cedo. Já a trabalhista deve começar a ser discutida no segundo semestre de 2022. Sendo assim, o primeiro trabalho do governo será encaminhar a reforma tributária.

Há certa clareza na urgência da reforma tributária, porque ela é a espinha dorsal dos projetos que vêm depois, disse Javiera Martínez, coordenadora do programa econômico de Boric. Também sabemos que existe urgência na questão da previdência, mas queremos um diálogo social antes de entrar no projeto, para que seja viável avançar e ser aprovado.

Inicialmente, a equipe responsável pelo programa econômico de Boric apontava para reformas que promoveriam um aumento da arrecadação equivalente a 8% do PIB, em 8 anos, e para 6%, no período de 4 anos do governo. Poucos dias antes da eleição, esta meta se moderou, ficando a 5% em 4 anos, mas ainda mantendo a expectativa de 8% em 8 anos.