Deputado alega investigação "complexa", e abandona CPI da Energisa

 / EDUARDO MIRANDA e IZABELA JORNADA

Criada em novembro de 2019, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas fraudes - reveladas via redes sociais - da Energisa teve sua primeira baixa na volta do recesso parlamentar. O deputado estadual João Henrique Catan  (PL) deixou a comissão, poucas horas da primeira reunião, agendada para a tarde desta quarta-feira (5). “Eu não preciso não só expor uma companhia, eu quero resultadoâ€, disse Catan. Entre os motivos elencados para sua decisão, Catan ressaltou o fato de tratar-se de uma comissão que investiga uma concessão regulada por lei federal, e com denúncias que depende de perícias extremamente complexas para serem provadas.

A CPI da Energisa nasceu de pleito do deputado Capitão Contar (PSL), depois de queixas de clientes da Energisa Rondônia, que queixavam-se de supostas fraudes nos relógios. Em dezembro último, o Instituo de Pesos e Medidas (Ipem), do Sistema Inmetro, não encontrou irregularidades nos relógios. 

Catan era um dos integrantes titulares da comissão, que é presidida por Felipe Orro (PSDB), e também conta com Capitão Contar, Barbosinha (DEM) e Renato Câmara (MDB). No lugar de Catan, a suplência poderá ser assumida por Evander Vendramini (PP) e Antônio Vaz (PRB).

“Eu não vou me desgastar. Colocar minhas energias a favor da população, sendo que no final, sem todo esse amparo, sem toda essa equipe, esse corpo técnico excepcional, possa parecer que eu estou passando pano para a companhiaâ€, justificou Catan. 
No ano passado, em reunião com os integrantes da CPI da Energisa, o presidente da empresa em Mato Grosso do Sul, Marcelo Vinhais, sustentou que a justificativa para abertura da investigação baseava-se em notícias falsas. Catan expôs a dificuldade da Assembleia Legislativa para contratar perícias especializadas. 

Antes da criação, especialistas, e deputados que não assinaram o requerimento, apontaram a fragilidade para investigar uma concessão federal. Na manhã desta quarta-feira (5), Catan, que integrava a comissão, percebeu o risco de continuar na investigação.Â