Medida anunciada há um mês para salvar rios de Bonito e Jardim não sai do papel

 / Foto: Kisie Ainoã

Anunciada em 10 de dezembro pelo governo, durante audiência pública, medida mais restritiva para troca de pasto por lavoura em Bonito, Jardim e Bodoquena ainda não saiu do papel.

Em reunião na Câmara Municipal de Bonito, convocada para salvar os rios cênicos da região, o titular da Semagro (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Jaime Verruck, representante do governo do Estado, disse que a mudança seria formalizada ainda no mês de dezembro.

Nesses três municípios, ao solicitar a licença do Cani (Corte de Ãrvores Nativas e Isoladas), o proprietário deveria apresentar um plano de conservação do solo, com projeto técnico no Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). “Não vamos autorizar sair do pasto para a soja sem que ele apresente projeto de conservação do solo. Essa foi a primeira medidaâ€, afirmou Verruck em 10 de dezembro.

Essa autorização é para remover árvores isoladas, caraterístico de área de pastagem. Nesta quinta-feira (dia 10), a Semagro informou que a normativa ainda está sendo preparada.

Ãguas de lama - No mês de novembro, o turvamento das águas do Rio da Prata, que passa por Bonito e Jardim, foi decorrente do excesso de chuva e os sedimentos que saíram de duas fazendas, em processo de troca de pasto por lavoura.

Os proprietários foram multados. Além da lavoura, os outros dois problemas que refletem nas águas enlameadas dos rios são excesso de chuva e as estradas sem as devidas medidas de contenção para “segurar†os sedimentos.

Famosos pelas águas claras, os rios de Bonito e Jardim enfrentam turvamento durante período chuvoso, mas a preocupação foi com a demora para que o Rio da Prata, que corre nos dois municípios, voltasse a limpar e ter a visibilidade de até dez metros.

O rio é o trecho final de passeio de flutuação, que em seu maior trajeto acontece no rio Olho D’água, que não ficou enlameado.

Na audiência pública, que reuniu 400 pessoas em Bonito, o promotor Alexandre Estuqui afirmou que o Rio da Prata pode ter sobrevida de apenas 10 anos.