A ação ocorreu na Fazenda Beatriz, em Brasilândia, distante 363 quilômetros de Campo Grande, no mês de agosto, e terminou com a prisão de dois funcionários do local. Eles respondem por redução de pessoas à condição análoga à de escravo e por frustração de direitos trabalhistas.
Conforme o inquérito, os trabalhadores eram recrutados em cidades da região para atuar de forma terceirizada. Um dos investigados é dono de uma empresa responsável pela emissão de notas fiscais relativas aos serviços executados na fazenda.
Segundo o Metrópoles, os homens eram acomodados em um curral destinado a cavalos e em um depósito, ambos sem condições adequadas de higiene ou conforto. As jornadas se estendiam das 6h às 16h, de segunda a sábado. Além disso, os trabalhadores eram obrigados a comprar alimentos e outros itens comercializados pelos próprios responsáveis pela fazenda.
As atividades incluíam limpeza de pastagens e aplicação de herbicidas. A promessa de pagamento era de R$ 180 por hectare trabalhado, valor que não coincide com informações repassadas por uma denúncia anônima que deu origem à apuração.
A polícia apurou ainda que, antes da chegada da fiscalização, os responsáveis retiraram os animais do curral para tentar melhorar o aspecto do alojamento e esconderam três dos cinco trabalhadores. Eles foram localizados posteriormente. Um sexto homem conseguiu fugir e não foi encontrado.
O nome de Carlos Manoel da Silva Antunes já havia sido relacionado a investigações semelhantes. Em 2016, ele foi chamado a prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa de São Paulo sobre denúncias de trabalho análogo à escravidão envolvendo confecções da marca Brooksfield Donna.
A reportagem do Jornal Midiamax contactou a assessoria do Grupo via e-mail, mas até o momento desta publicação não houve resposta. O espaço permanece aberto para manifestação.




