A cada 10 acidentes na Capital, 8 envolvem motociclistas

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O número de vítimas de acidentes com motocicletas aumentou 25% entre 2021 e 2024 em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Gerência de Análise e Estatística de Trânsito do Detran-MS. Na Capital, com uma frota de 370 mil motocicletas, já foram registrados, só neste ano, 2.324 acidentes com motos e 4.861 vítimas. Do total de 31 mortes no trânsito da cidade, 26 foram de motociclistas, ou seja, 83% dos casos.

 

O dado acendeu o alerta das autoridades, que veem o problema como uma questão de saúde pública, diante do alto índice de internações prolongadas, cirurgias e sequelas permanentes que comprometem a qualidade de vida dos acidentados. Para tentar conter o avanço, o Detran-MS, em parceria com o Corpo de Bombeiros, faz neste domingo (27) ação educativa com curso gratuito de pilotagem segura, aberto à população.


A atividade integra a segunda edição da campanha "Em Duas Rodas, Eu Escolho Segurança", que será realizada das 8h às 12h no Parque Ayrton Senna, no Conjunto Aero Rancho, em Campo Grande. O curso será ministrado pelo Grupamento de Motosocorro dos Bombeiros, com aulas teóricas e práticas. Os interessados devem se inscrever aqui.

Além do curso, haverá outras atividades voltadas a condutores de motocicletas, ciclomotores e bicicletas, com foco na conscientização sobre comportamentos seguros no trânsito.


“A maioria dessas vítimas permanece internada por muito tempo, passa por cirurgias complexas e muitas vezes carrega sequelas irreversíveis. É um problema de saúde pública que já combatemos com várias frentes, mas que exige ainda mais intensidade nas ações”, alerta Andrea Moringo, diretora de Educação para o Trânsito do Detran-MS.

De acordo com o órgão, foram 36.146 acidentes com motociclistas registrados entre 2021 e 2025, resultando em 66.746 vítimas, uma média anual de 8 mil. Os números crescem de forma mais acentuada nas regiões urbanas, como em Campo Grande, que concentra 19.820 ocorrências no período, seguida de Dourados (3.571) e Três Lagoas (2.542).

Cidades pequenas também acompanham essa tendência, como Mundo Novo, que viu os casos saltarem de 9 em 2021 para 28 em 2024, um aumento de 211%. Em 2025, até julho, o município já contabiliza 12 casos.