Guia Lopes: Há quase 10 anos dentro de rio, escombros de ponte preocupam moradores

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Os moradores de Jardim e Guia Lopes da Laguna reivindicam a retirada dos escombros da antiga ponte que liga os municípios sobre o Rio Santo Antônio, que caiu em 2016 e, mesmo com determinação do Ministério Público e uma nova já construída, até hoje não foi retirada. Com o assoreamento, eles temem que o “represamento” prejudique a sobrevivência dos peixes.

Localizada na MS-382 e inaugurada quatro anos antes, a ponte caiu em efeito dominó, durante as fortes chuvas de janeiro de 2016, e ganhou repercussão nacional. A nova foi entregue em 2019 e, desde aquela época, a estrutura que desabou estava do mesmo jeito.

Pouco tempo depois, atendendo a pedido da Promotoria de Justiça do Meio Ambiente de Jardim, a Justiça de Mato Grosso do Sul determinou a retirada de escombros da ponte de concreto que desabou. A decisão ocorreu em ação civil pública com pedido liminar, cobrando da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) a tomada de providências no caso.

Em 2024, os escombros ainda estão no Rio Santo Antônio, que sofre com a seca e quase assoreamento. “Aquela estrutura está represando o pouco de água que ainda tem, impedindo o movimento dos peixes. Como o rio deságua no Miranda, nossa preocupação é que tudo seque até lá”, lamenta o técnico de enfermagem Walison Ribeiro, de 42 anos, que nasceu em Jardim.

O ponto onde os rios se encontram, na cidade do Walison, está a “Ponte Velha”. Segundo ele, na infância, era possível pular dela para nadar no Mirada, hoje só é possível ver as areias do fundo. “Nosso maior medo é perder esses rios. Antes, a gente nadava por tudo aqui, agora a água mal chega nas canelas”.


"Ponte Velha" no rio Miranda, no município de Jardim (Foto: Direto das Ruas)
Durante a determinação do MP, perícias da PMA (Polícia Militar Ambiental), Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e do Daex (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução do MPMS) comprovaram que houve danos ambientais por conta dos escombros com a obstrução do leito do rio.

Com as estruturas ali, são formados bancos de areia que colaboram com o assoreamento, dificultam a reprodução dos peixes e atingem a exploração da pesca e do turismo nos rios Santo Antônio e Miranda.

Ao Campo Grande News, a prefeita de Jardim, Clediane Areco Matzenbacher (PP), disse que a determinação judicial veio antes da sua gestão, mas que já foi informada da gravidade do caso e deve buscar um solução junto com o prefeito de Guia Lopes da Laguna, Jair Scapini (PSDB).

“Nós vamos protocolar, se possível ainda nesta terça-feira (7), um ofício pedindo o apoio do Governo do Estado para a retirada dos escombros. Os dois municípios não possuem equipamentos para retirada, não conseguimos sozinhos. Com os meios digitais, acredito que logo o pedido será oficializado”, garante a prefeita. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS