Freira desvia mais de R$ 4 milhões de mensalidades de escola católica para pagar jogos de azar e viagens

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A irmã Mary Margaret foi diretora da Escola Católica St. James por 28 anos; era também responsável por fiscalizar o pagamento das mensalidades.

 

Para se tornar freira é preciso percorrer um árduo caminho de preparação, que envolve cerca de cinco anos de estudos, além de abrir mão da vida pessoal, profissional, social e familiar para se dedicar apenas a trilhar um caminho religioso a serviço da congregação escolhida.

Assim que assume o compromisso de se tornar freira, ela precisa fazer voto de castidade, voto de pobreza e de obediência, além de não ter nenhum dependente.

Como o sacerdócio não é encarado apenas como uma profissão, mas como um “estado vocacional perpétuo e sagrado”, normalmente espera-se que as pessoas interessadas em trilhar esse caminho estejam cientes de tudo o que envolve querer servir à Igreja.

A irmã Mary Margaret Kreuper, de 79 anos, aparentemente não quis abrir mão de tanta coisa em sua vida, e está sendo julgada por desviar cerca de R$ 4,2 milhões das mensalidades dos alunos da Escola Católica St. James, onde atuou como diretora por 28 anos, para bancar viagens e jogos de azar, segundo os promotores federais. O caso aconteceu na Califórnia (Estados Unidos) e, segundo o New York Post, ela deve se confessar culpada no dia 1º de julho, quando terá audiência.

 

A irmã foi acusada de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, roubando a escola durante 10 anos, até setembro de 2018. Muitas pessoas ficaram surpresas quando descobriram que a dedicada freira falsificava os registros escolares para desviar dinheiro.

A freira concordou em se declarar culpada para cumprir parte do acordo feito com os promotores, segundo comunicado do gabinete do Procurador dos EUA no Distrito Central da Califórnia. Ela teria usado a posição privilegiada como forma de desviar os mais de R$ 4 milhões usando a quantia em despesas que a comunidade escolar jamais teria aprovado.

 
Direitos autorais: reprodução/Sisters of St. Joseph of Carondelet.

 

Segundo o acordo de confissão, a irmã usou o dinheiro para pagar grandes despesas de jogo em cassinos e algumas despesas pessoais no cartão de crédito. Como Mary era responsável por supervisionar o dinheiro das mensalidades da escola, das taxas e das doações de caridade, além de controlar as contas da cooperativa de crédito, ela tinha o caminho livre para desviar os fundos.

O promotor do caso ainda confirmou que ela falsificava os registros escolares para que ninguém desconfiasse das grandes somas desviadas, fazendo com que o plano seguisse por uma década, sem ninguém o descobrir.

Mary se tornou freira aos 18 anos e, em 1990, conquistou o cargo de diretora da Escola Católica St. James, mas trabalhou lá até o fim, sem nenhuma desconfiança.

Foi só quando se aposentou que o rombo nas contas da escola foi descoberto. Segundo relatos, além de falsificar registros mensais e anuais, ela ainda instruía os funcionários “a alterar e destruir” os balanços. Ela pode pegar pena de até 40 anos, de acordo com a legislação vigente.