Fraude e Traição à Confiança: Funcionários da Casa do Criador de Bonito/MS Sob Investigações por Desvio Milionário

 /

Um nefasto episódio envolvendo a Casa do Criador, estabelecimento localizado em Bonito/MS, vem à tona, gerando grande repercussão. Dois funcionários da empresa estão sob intenso escrutínio das autoridades, sendo acusados de um sofisticado esquema de furto qualificado, ampliado pela traição à confiança depositada em suas funções. O ex-gerente O.M.F. é apontado como um dos principais suspeitos nesse intricado enredo.

O funcionário O.M.F. desempenhou sua atividade laboral por um notável período de 18 anos nas dependências da Casa do Criador. Durante esse tempo, ele ascendeu ao posto de Gerente Comercial, posição que ocupou a partir de janeiro de 2019 até setembro de 2022. Contudo, esse período coincide com um declínio nos lucros da empresa, acendendo um alerta nos olhos atentos dos sócios-proprietários. O resultado? Uma minuciosa auditoria, capaz de revelar sombras que se estendiam por trás das operações aparentemente corriqueiras.

O desdobramento da investigação revelou um quadro chocante: valores substanciais da conta bancária da empresa haviam sido desviados para as contas dos próprios colaboradores e terceiros associados a eles, bem como a credores de pendências pessoais. As cifras desviadas lançaram a Casa do Criador em um ciclo de resultados negativos, divergindo drasticamente das demais empresas afiliadas ao grupo.

Enquanto os procedimentos de averiguação eram conduzidos, a gerente financeira, que ocupava uma posição estratégica, admitiu sua responsabilidade no desvio de fundos, confessando apropriação indébita dos recursos confiados a ela. Por meio de um acordo, a colaboradora se comprometeu a quitar sua dívida e prestar plena colaboração nas diligências em curso.

No entanto, o ex-gerente O.M.F., figura central nesse desenrolar, falhou em oferecer uma explicação convincente para a transferência dos ativos da empresa para sua própria conta. O alcance de suas transgressões ultrapassou as fronteiras da apropriação financeira, uma vez que também emergiram indícios de empréstimos obtidos junto a clientes, somando a expressiva quantia de R$ 160.448,00. Surpreendentemente, esses fundos foram direcionados à sua esfera pessoal, beneficiando seu estilo de vida exuberante e questionável.

A revelação de uma vida de ostentação, incompatível com a renda oficialmente auferida, ganha destaque no panorama desolador. O ex-gerente, além de sua atuação na Casa do Criador, optou por lançar-se como concorrente direto da mesma empresa, operando um negócio de agropecuária, e comercializando produtos idênticos aos da empregadora.

Um depoimento crucial, contido no Boletim de Ocorrência, aponta para um cenário ainda mais sombrio: os funcionários, ao perpetrarem o desvio de recursos, recorriam também à retirada direta de numerário do caixa da empresa.

Em análise contundente realizada durante a auditoria, estima-se que o ex-gerente O.M.F. dissipou aproximadamente a cifra de R$ 208.000,00 em fundos pertencentes à Casa do Criador. Com o inquérito em andamento e uma ação cível simultânea em desenvolvimento, a investigação promete lançar luz sobre esse complexo quebra-cabeças financeiro.