Prefeitura da Capital tenta salvar 44 árvores infestadas por fungo maligno

 / Luana Rodrigues

Um fungo poderoso está colocando em risco árvores centenárias em Campo Grande. Ele se reproduz a partir de dejetos de insetos e há anos vem contaminando lentamente árvores das avenidas Mato Grosso e Afonso Pena. Na tentativa de salvar 44 delas, a prefeitura está aplicando uma espécie de “repelente”. Um óleo a base de uma árvore conhecida na índia, que promete revitalizar plantas contaminadas.

De acordo com a bióloga Gisseli Giraldelli, da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), os estudos começaram em 2014, quando pesquisadores perceberam que árvores importantes da Capital estavam secando.

Eles descobriram que um inseto conhecido como ‘mosca-branca do Ficus’, a Bemisia tabaci, e outro chamado de ‘tripes’, o Thysanoptera, estavam provocando a formação de fumagina nas árvores. Com isso, muitas estavam secando e morreriam, caso não fosse encontrado um tratamento.

“Os insetos sugam a árvore, depois defecam um dejeto adocicado que atrai o fungo. Ele se prolifera e mata a árvore aos poucos, algumas já estavam comprometidas em até 40% , explica a bióloga.

Na tentativa de salvar as árvores, a Semadur está aplicando uma espécie de repelente, o óleo de Neem, que evita a proliferaçao do fungo e hidrata as folhas e galhos, fazendo com que a árvore volte a crescer.

 

Trabalho noturno - A bióloga explica que a aplicação é feita das 19h até 23h, porque o produto, se exposto ao sol, não age com eficiência e queima as folhas. O trabalho começou há uma semana e deve seguir até o próximo domingo. Depois de 15 dias, será feita uma nova aplicação.

“Não temos como garantir que funcionará em 100% , mas já funcionou em outros casos e esperamos que dê certo aqui também”, diz.

Como parte do processo de restauração, as figueiras, plantadas entre os anos de 1912 e 1940, passaram por poda e limpeza. A Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) também notificou vendedores de lanches que ocupavam o canteiro central da Avenida Mato Grosso a deixarem o local. 

“As pessoas não tem noção do quanto essas árvores são importantes, o quanto elas fazem por nós. Mas, caso elas desapareçam, sentirão os efeitos rapidamente”, explica.