Mulher denuncia Cárcere privado, sequestro, ameaça e estupro, contra marido em Jardim-MS

 /

Uma mulher pelo aplicativo WhatsApp solicitou ajuda da polícia civil uma equipe, diligenciou até o endereço e logrou êxito em buscar a vítima, conforme solicitação. Nesta unidade de atendimento à mulher a vítima relatou que está em relacionamento com um homem por aproximadamente um ano, não possui filhos em comum, porém, a mulher possui um filho de 11 anos de um relacionamento anterior. Que quando deu início ao relacionamento era independente financeiramente e até o momento não havia registrado boletim de ocorrência ou solicitado medidas protetivas de urgência por medo.

Narra que há cinco meses o marido mostrou-se agressivo, por ciúmes da mulher sair para o trabalho. Que a vítima trabalhava como manicure e fazendo diárias. Desde então, a vítima parou de trabalhar e passou a depender parcialmente da renda do marido. Afirma que recebe bolsa família, mas disse para o homem que o cartão estava bloqueado, pois caso contrário ele controlaria o dinheiro. Que procurava dar um jeito de ir sacar o dinheiro, pois o autor tem acesso ao aplicativo da caixa. A mulher procurava um jeito de sacar o dinheiro, antes do homem ter conhecimento da quantia, o dinheiro ficava escondido no meio das roupas. Inclusive já teve situações que o homem pegou o dinheiro sem o conhecimento da vítima, valor aproximado de R$ 45,00 reais.

A vítima afirma que no dia a dia não tem autorização, liberdade, para sair de casa, por exemplo, ir ao mercado, médico. Devia sair somente acompanhada. Acrescenta que não tinha liberdade, nem para ir ao quintal da residência, caso contrário sofreria violências físicas, como tapas no rosto. Em determinada situação o marido, por motivos que a vítima não se recorda, a esganou até que a mesma desmaiasse, quando a mesma estava recuperando a consciência, o homem, novamente a esganou, porém, a mulher não desmaiou. A violência foi cessada com a chegada da irmã do autor. Quando alguma situação era presenciada por terceiros, o autor dizia que a vítima estava fingindo e que era louca.

A vítima narrou aos policiais que, também, sofria violências psicológicas constantes, pois em situações em que o autor era desagradado, dizia VOU MATAR SEUS FILHOS, VOU TIRAR DE VOCÊ O QUE VOCÊ MAIS AMA, VOU TE ENCONTRAR ATÉ NO INFERNO. A vítima deseja ter atendimento psicológico e se possível, também, para seu filho. O homem sempre ameaçava a mulher, a mesma acredita que seja por ciúmes, pois mencionava que a mesma estaria tendo um relacionamento extraconjugal -  VOU ARRANCAR SUA CABEÇA E JOGAR NO ASFALTO PARA TODO MUNDO VER, PORQUE COM HOMEM NÃO SE BRINCA. Que a vítima sempre procurava agradar o autor, pois tinha conhecimento que o mesmo sempre estava portando faca. 

Cita ainda que já houve situações em que o autor a ameaçou com faca e com esta na mão, dizia VOCÊ ESTÁ QUERENDO MORRER, VOCÊ TEM QUE ME OBEDECER. Que a vítima esclarece que não entendia o que o marido queria, mas sabia que tudo tinha que ser do jeito que o mesmo desejava. Inclusive, com relação ao ato sexual, na maioria das vezes a vítima acabava consentindo por medo de apanhar ou por medo que o autor fizesse alguma violência com seu filho. 

Ademais, apesar da vítima ter laqueadura, acabou engravidando e teve um aborto espontâneo, há duas semanas, ficou internada no Hospital Marechal Rondon por cinco dias e, após ter alta médica explicou para o marido que não poderia ter relações sexuais, porque estava no período de resguardo. Mas após a pressão psicológica acabou mantendo relações com o autor, pois o mesmo dizia que era mentira e que a vítima estaria se guardando para outro homem. Que durante o ato sexual a vítima sentiu dores e pediu para o autor parar, em virtude de estar sentindo dores na região pélvica do lado direito, neste dia, o autor parou com o ato sexual. Mas o autor disse que a vítima estaria fingindo e não queria mais ficar com ele, porque já teria mantido relação sexual com outra pessoa.

A vítima acrescenta que o controle passou a ser absurdo, pois a senha do celular da vítima foi formulada pelo autor, que na maioria das vezes era monitorado pelo marido. Que procurava as chamadas realizadas e recebidas, aplicativo de WhatsApp, aplicativo de banco afirma que o homem tinha conhecimento de todas as suas senhas, até facebook, Instagram. Que afirma que seu filho não foi matriculado no ano de 2022, por conta dos dizeres do autor PRA QUE VOCÊ VAI LEVAR ESSE GURI NA ESCOLA? PRA VOCÊ ENCONTRAR MACHO, MARCAR ENCONTRO. 

Por fim, com a ajuda do creas de Jardim, vítima irá para o município de Campo Grande-MS, morar com sua genitora, pois irá desfazer de seu atual número de telefone. Que deseja processar criminalmente o autor e deseja solicitar medidas protetivas de urgência. Que sabe ler, escrever e confirma que os fatos narrados são verídicos tomando ciência de que poderá ser processada criminalmente, caso informe situação falsa, sendo responsável por todos os dados fornecidos por ela e foi orientada sobre as Medidas Protetivas de Urgência.