Funcionária embolsava dinheiro de aluguel de salas do Hospital de Câncer

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Denúncia encaminhada ao MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por conselheiros do Hospital de Câncer Alfredo Abrão indica que funcionária do hospital recebeu valores referentes ao aluguel de salas cirúrgicas no local.

O caso chegou ao conhecimento do conselheiro Carlos Alberto Coimbra em fevereiro deste ano, depois que um amigo médico relatou a estranheza em fazer o pagamento pelo uso das salas, em conta pessoal de funcionária do setor financeiro da unidade hospitalar. Os valores giravam entre R$ 1,5 mil a R$ 2,5 mil.

A direção do HC foi questionada, via ofício, conforme documento protocolado também no Ministério Público, indagando a razão dessa prática. As salas do hospital podem ser emprestadas para uso de procedimentos privados, mas o aluguel deve ser pago à FCPMS (Fundação Carmem Prudente de Mato Grosso do Sul), mantenedora do hospital.

O documento pede que a funcionária seja indagada quanto à razão de receber tais pagamentos e ainda que a direção do hospital apresente ao Conselho Curador a prestação de contas referente ao ano de 2020, o que, conforme os dados anexados à denúncia, não foi feito no tempo oportuno – solicitação interna havia sido feita em dezembro de 2020.

Ao MP, o diretor-presidente do Hospital de Câncer, Amílcar Silva Júnior, explicou que tais balancetes não haviam sido apresentados, porque o pedido teria partido de um único conselheiro – Ronaldo Fernandes Viegas – e não do Conselho Curador, alegando não ser “atribuição estatutária ou regimental de conselheiro realizar vistorias e/ou fiscalizações ou mesmo auditorias informaisâ€.

No mesmo documento de resposta ao MP, o diretor informa que após demissão do neto de Ronaldo do hospital, em novembro do ano passado – realizada após a direção levar ao conhecimento da Diretoria Executiva, que a contratação de parentes estava em desacordo com o estatuto interno – o conselheiro teria começado a ameaçar a atual diretoria, enfatizando que esta estaria “com os dias contadosâ€.

Em outra resposta ao MP, de junho deste ano, Amílcar informou que todos os dados solicitados já haviam sido encaminhados ao Conselho Curador, via grupo de Whatsapp, e ainda, a lista de cirurgias privadas realizadas nas dependências do hospital entre 1º de janeiro de 2020 e 17 de maio deste ano.

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