Acusados de estuprar menina jogada em pedreira tentaram levar outra adolescente, diz polícia

. / Danielle Errobidarte

Os adolescentes apreendidos após estuprarem Raíssa da Silva Cabreira, de 11 anos, encontrada morta em uma pedreira de Dourados, distante 225 km da Capital, tentaram puxar outra adolescente, de 13 anos, que estava na residência do tio de Raíssa, onde ela morava.

Segundo o delegado Erasmo Cubas, do SIG (Setor de Investigações Gerais) e responsável pelas investigações, a adolescente estava com Raíssa e outros dois adolescentes na residência, quando eles teriam tentado carregá-la a força. “Eles tentaram puxar ela também para um canto e ela não quis, se soltou e correu deles. Em seguida ela foi embora e eles continuaram bebendo, porque estavam na casa do tio da Raíssa, e depois arrastaram a Raíssa para o local”, afirma o delegado, em referência ao paredão da pedreira desativada onde o corpo foi encontrado.

O tio de Raíssa teve a prisão preventiva decretada e chegou a ser transferido para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Ele foi encontrado morto nesta quinta-feira (12) e a Polícia Civil investiga se é consequência de suicídio ou homicídio. Três adolescentes e um homem de 20 anos foram apreendidos e presos pelos crimes de feminicídio, estupro e homicídio.

A adolescente não morava com a mãe e o tio estava dormindo, bêbado, quando Raíssa foi arrastada pelos adolescentes,também apreendidos, por volta das 22 horas de domingo (8). Até o horário que indígenas da Aldeia Bororó encontraram o corpo dela, caído de um paredão de 20 metros, passaram-se cerca de oito horas.

Ainda conforme a Polícia Civil, o tio foi procurar Raíssa porque ela não estava em casa. Dois dos três adolescentes apreendidos levaram a menina de casa, a força.“Ao que se sabe ela estava gritando e pedindo ajuda. O tio chegou ao local quando tudo já estava ocorrendo”, afirmou o delegado Erasmo Cubas, do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Dourados.

Além do tio e dos adolescentes, Leandro Pinosa, de 20 anos, foi preso. O tio que já abusava da menina desde os 5 anos dela, flagrou o momento em que os quatro acusados do crime estupravam a menina. Ele acabou participando da sessão de estupro contra a sobrinha que havia sido arrastada para o local pelos autores, que planejaram o crime de estupro.

Ainda de acordo com o delegado, os acusados embebedaram a criança para continuar a cometer os abusos. Quando ela recobrou a consciência e tentou se desvencilhar dos autores, foi arrastada para a beirada da pedreira, quebrando os braços em uma tentativa de se defender, mas acabou jogada viva de uma altura de 20 metros.

Três adolescentes, um jovem e o tio da criança foram detidos e levados para a delegacia. Quando o tio foi questionado sobre os motivos que o levaram a cometer o crime, ele disse que estava bêbado. O laudo do exame feito na vítima constatou o estupro.Ela tinha lacerações nos órgãos genitais. Ao todo, sete pessoas foram levadas para a delegacia para serem ouvidas, nesta segunda (9).

O corpo de Raíssa, indígena da etnia Kaiowá, foi encontrado dilacerado com a queda de um paredão entre as aldeias Bororó e Jaguapiru. O local é costumeiramente utilizado pelos indígenas de duas aldeias para consumo de bebidas alcoólicas e até uso de drogas.