Chuva não para e cheia do Rio Miranda é ameaça constante em distrito

 / Adriano Fernandes

O risco de novos alagamentos voltou a preocupar os moradores do distrito de de Águas do Miranda, onde há menos de uma semana a cheia do Rio Miranda, deixou ruas e residências debaixo d’água além de moradores desabrigados.


De acordo com o aposentado Tomaz Caroço, de 56 anos, chove desde às 16h30 desta quarta-feira (27) no distrito, que fica a cerca de 70 quilômetros de Bonito. O receio do aposentado é de que um novo alagamento piore a situação do vilarejo, já que os moradores sequer conseguiram reparar os estragos causados pela chuva na última semana.


“As ruas acabaram aqui, não tem mais rua e também não tem como prefeitura mexer porque esta chovendo todo dia”, comenta. Imagens encaminhadas do local mostram que as ruas sem asfalto do distrito foram tomadas por buracos e lama.

“Hoje ainda não houve inundação, mas a tendência é de que vá continuar chovendo ao longo da noite, então, pode acontecer o mesmo que semana passada”, comenta.

A expectativa é de que o nível do Rio Miranda continue subindo, já que as chuvas também são intensas nas regiões de outros municípios por onde o rio passa. Vídeo a que reportagem teve acesso mostra a água do Rio Santo Antônio, em Jardim, a poucos metros de encobrir uma ponte. O Santo Antônio é um dos rios que deságua no “Miranda”.

“A cheia causada pelas chuvas na cabeceira do rio e em Jardim, ainda não chegou aqui. O nível ainda vai subir muito mais”, alerta o morador.


Desabrigados -  A enchente da última sexta-feira (22) deixou cerca de 16 famílias desabrigadas em  Águas de Miranda. O aumento do nível do rio já era alertado pelo Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).  Diversas casas ficaram só com a ponta do teto aparente. Árvores de grande porte também foram cobertas pela água e os moradores tiveram de percorrer as ruas do local de barco.


Emergência - Desde o último sábado (23) o nível do Rio Miranda não para de subir e ontem (26) chegou a 7,46 metros, quase cinco metros acima do nível considerado ideal, que é de 2,54.

No domingo (24) o Imasul já havia emitido aviso de emergência sobre o aumento do nível do rio, indicando que a cheia poderia "provocar significativos danos materiais e com risco a integridade humana".