Senador Nelsinho Trad conquista apoio do Parlasul para desenvolver a Rota Bioceânica

. / José Pereira

O senador Nelsinho Trad (PSD/MS) avançou com as discussões no Parlamento do Mercosul sobre a Rota Bioceânica que vai favorecer diretamente Mato Grosso do Sul. O projeto, que interliga os oceanos Atlântico e Pacífico, cruzando Brasil (passando pela região sul-mato-grossense), Argentina, Paraguai e Chile, foi apresentado pela segunda vez, nessa quinta-feira (22) no Webinário sobre Corredores Bioceânicos.

O primeiro debate foi em agosto e, nesse último evento, o presidente do Parlasul, senador Oscar Laborde (da Argentina), destacou a importância de procurar. coisas ambiciosas pelo desenvolvimento dos países e sem brigas políticas. O Mercosul deve ser um pólo em um mundo multipolar. Este é um pólo que deve ser pensado e repensado. E, unidos à Aliança do Pacífico, vemos que, se interagirmos e trabalharmos juntos, nos fortaleceremos. Esses corredores não podem ser concebidos apenas como estradas que vão de um ponto a outro, mas devemos pensar também nas rotas marítimas e ferroviárias, enfatizou Oscar Laborde.

Após a abertura do seminário on line, o senador Nelsinho Trad foi o primeiro a expor em painel sobre a integração bioceânica e suas implicações políticas, sociais e comunitárias. Em sua explicação, justificou que o projeto da Rota Bioceânica vai favorecer aos países envolvidos para sair da crise provocada pela pandemia. Estas rodovias são uma ideia que, adaptada à realidade de cada país, localidade etc., proporcionará melhores condições para recuperar as condições de desenvolvimento econômico. O corredor nos permitirá responder aos desafios trazidos pela Covid-19, as quedas no volume do comércio regional, destacou.

Com a criação de corredores bioceânicos, segundo o senador Nelsinho Trad, surgirão milhares de novos empregos, que fixarão os jovens no seu território. O que resultará em um aumento da formação acadêmica. Mais escolas de fronteira serão desenvolvidas para atender às necessidades locais sem debilitar a cultura. Isolamentos territoriais serão rompidos, disse o senador.

Encerrando o painel, Guillermo Chaves, chefe de gabinete do Ministério das Relações Exteriores da Argentina, afirmou que os desafios e as vantagens desses corredores são inúmeros. Eles são uma necessidade mais do que um sonho ou projeto. A integração global do comércio exige redução de custos. Sabemos que aqui deve haver uma vontade política muito firme por parte dos governos e deve ser prioritária para que nossas nações sejam competitivas e nossos povos tenham melhor bem-estar e qualidade de vida. Os desafios de nossas nações caminham lado a lado com a agregação de valor à nossa produção.

Chaves destacou que os corredores são infraestruturas de desenvolvimento em múltiplas frentes, sociais, econômicas, culturais, e que tudo isso faz parte de uma prioridade no campo da política externa argentina. Esses corredores devem ser as veias pelas quais circula a rede produtiva de todos os países do Mercosul, concluiu.

A primeira mesa redonda intitulada A Integração Bioceânica e suas Implicações Políticas, Sociais e Comunitárias foi composta pelo senador Nelsinho Trad, Chefe da Delegação do Brasil no Parlasul; Tomas Bittar, vice-presidente do Paraguai no Parlamento do Mercosul; Natacha Pino Acuña, Reitora da Universidade Aysén do Chile; Egon Montecinos, Centro de Estudos Regionais da Universidade Austral do Chile; e Rubén Zarate, da Universidade Austral da Argentina.