Com incêndios florestais em três biomas, MS decreta emergência ambiental e recebe socorro da União

. / José Pereira

O decreto do governador Reinaldo Azambuja que declara situação de emergência ambiental em todo o Mato Grosso do Sul por causa dos incêndios florestais nos biomas Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica é valido por 90 dias. O documento foi assinado na manhã desta segunda-feira (14) e será publicado em edição extra do Diário Oficial do Estado (DOE-MS) às 11h.

Com a publicação e imediata homologação por parte da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, Mato Grosso do Sul receberá recursos federais para ampliar as estruturas de combate aos incêndios em seus 79 municípios. “Com o reconhecimento federal, o decreto flexibiliza e agiliza ações imediatas como a contratação de brigadistas e o aluguel de aeronaves”, explicou o governador Reinaldo Azambuja.

Diferentes planos de trabalho vão nortear as ações em todas as regiões de Mato Grosso do Sul. Mas claro que ação mais ostensiva será no Pantanal, que enfrenta a maior seca já vista nos últimos 50 anos e teve 12 por cento de sua área consumida pelas chamas, completou o governador. Em todo o Estado, 1,4 milhão de hectares dos três biomas foram queimados neste ano, conforme estimativa do Ibama/Prevfogo.

Não haverá limite de recursos financeiros para combater os incêndios florestais, informou o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas Alves. O que precisar vamos liberar (...) a ordem do presidente Jair Bolsonaro e do ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) é para que não falte recursos, destacou ele.

O dinheiro para a contratação de brigadistas; aluguel de caminhões e aeronaves; e até para pagamento de diárias, alimentação e hospedagem de bombeiros será liberado conforme aprovação dos planos de trabalho - organizados em conjuntos pelas Defesas Civil estadual e federal. A medida que forem sendo apresentados vamos aprovando e com dois ou três dias o dinheiro estará na conta, emendou o secretário nacional.

Bombeiros de outros estados do Brasil, como Paraná e Santa Catarina, já ofereceram ajuda para combater as chamas em MS. Estamos organizando logística para trazê-los, com planos de emprego, de hospedagem e de transporte até os focos. Esse é o planejamento. O Brasil inteiro está de olho no Pantanal, afirmou Alexandre.

Além do bioma alagado, o Cerrado enfrenta situação crítica, principalmente no Parque Estadual das Nascentes do Taquari, no município de Alcinópolis.


Estruturas de combate aos incêndios

De acordo com o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, desde março o Governo do Estado planeja e organiza estruturas de combate aos incêndios florestais comumente registrados nessa época do ano. O trabalho é realizado em conjunto com os ministérios do Meio Ambiente e da Defesa.

Hoje temos uma base em Ladário, que combate todo o fogo no Pantanal. Com o Ministério da Defesa, junto com a Marinha, temos a disponibilização de cinco helicópteros e mais três aviões para combater os incêndios florestais. Junto a esse esforço temos toda a estrutura do Corpo de Bombeiros, do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e até de produtores rurais, explicou Verruck.

Na região de Alcinópolis, temos ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), com duas aeronaves; o setor de energia do Estado, com três aeronaves; e o Exército Brasileiro com 70 homens, além de outras 60 pessoas entre bombeiros e voluntários. Temos ainda o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e mais três aeronaves bancadas pelo setor de florestas de Mato Grosso do Sul que estão atuando na contenção do fogo, completou.

Ainda acompanharam a assinatura do decreto de declara situação de emergência em todo o Mato Grosso o Sul os secretários Antônio Carlos Videira (Justiça e Segurança Pública) e Eduardo Riedel (Governo e Gestão Estratégica), além do comandante-geral do Corpo de Bombeiros do do Estado, coronel Joilson Alves Amaral, e do coordenador da Defesa Civil de MS, tenente-coronel Fábio Santos Coelho Catarineli,