Em que momento pacientes recuperados da Covid-19 não transmitem mais o vírus?

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Do diagnóstico para Covid-19, até a total recuperação do paciente,em  qual momento um infectado não representa mais risco de contagiar outras pessoas? Dos casos registrados, muitos não apresentam sintomas, outros chegam até ao mais grave da doença, cada paciente um histórico. Mas, o que pode ser igual para todos, é o preconceito por  falta de informação.

E aí que vem a pergunta: em que momento os pacientes recuperados não transmitem mais o coronavírus?

Quem responde é a infectologista Mariana Croda, que destaca quatro tipos de pacientes: o que tem sintomas leves; o moderado, aquele que tem uma pneumonia mas consegue manter-se em casa; o grave que requer internação; e o crítico que precisa ir para Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

 

“Há uma diferença na transmissão entre esses pacientes. Os pacientes leves e moderados eles transmitem muito menos. Os pacientes que requerem internação, eles permanecem eliminando esse vírus por mais tempo. Para esses casos é possível avaliar a positividade do teste molecular por tempo prolongado, maior que nos casos leves”, explica Croda.

O retorno ao convívio social, sem oferecer riscos, ocorre quando o paciente já está recuperado da doença, ou seja, não apresenta mais sintomas e já tenha passado 14 dias do contágio ou data do início dos sintomas. “Como a maioria dos pacientes não consegue estabelecer o dia do contato, a gente utiliza a data do início dos sintomas. Após 14 dias, se ele já está há pelo menos 3 dias, ou seja 72 horas assintomático, ele já está apto a voltar às atividades habituais inclusive o contato familiar”. 

Outro ponto importante, é o termo correto a ser utilizado para quem não apresenta mais sintomas. Conforme a especialista, a palavra recuperado é ideal, considerando a escala de conhecimento obtida até o momento pela ciência. “O termo curado envolve várias questões que ainda não é possível comprovar com o coronavírus”. 

Os cuidados de quem já foi infectado pelo novo coronavírus, são os mesmos de quem não teve, por não haver comprovação científica sobre os riscos reais de reinfecção. “Como nós ainda não conhecemos toda a dinâmica da questão da imunidade do vírus, ou seja, se eu ganho uma imunidade permanente quando tenho a doença, como se fosse uma vacina, ou seja, eu não pego de novo. Já existem relatos na literatura de prováveis reinfecções, então os cuidados permanecem para a pessoa que já teve o vírus. Ela não tem uma chance maior de pegar de novo, ela só tem que manter as precauções como higiene das mãos, uso de máscaras, o isolamento social, como alguém que não teve”, afirma. 

Mireli Obando