Amigos e familiares prestigiam “seu†Rene Rosa em noite de autógrafos na Câmara de Jardim

 / Paulo Abílio

Com a presença da família, o escritor Rene Sebastião Rosa, 91 anos, lançou seu primeiro livro “Histórias Vividas e Contadasâ€, na noite do último sábado (15), em Jardim, sua terra natal. O evento aconteceu no plenário da Câmara Municipal da cidade, onde no período de 1969 a 1971, o “contador de histórias†também ocupou uma cadeira no legislativo, atuando como vereador, sendo seguido também pelos irmãos na mesma área, Rui Rosa e Polydoro Severino da Rosa.

 Bastante lúcido e comunicativo, e nos seus muito bem vividos 91 anos, como ele mesmo afirma, Rene Rosa é um amante da literatura, e tem um acervo de lembranças e memórias que despertam facilmente a curiosidade de quem o cerca. Declama um poema sem gaguejar apesar da idade avançada. No meio de tudo isso, uma pequena perda auditiva, que o faz escutar com dificuldade, mas em nada impede de lançar o seu primeiro livro pelo Estado.

 Entre uma história e outra, o escritor diz que tudo surgiu de uma provocação. “Na verdade, eu fui ao meu urologista fazer alguns exames e durante a conversa eu fui contando algumas histórias sobre a minha vida e o do nosso Estado. O médico me disse, Rene você conta um monte de histórias que eu nunca ouvi, nem nos livros, por que você não escreve um?â€, explica. 

 Depois de muito refletir, a sugestão foi aceita com carinho e se tornou uma motivação. Rene buscou na memória o que mais faria sentido e começou a escrever. Com energia, é capaz de contar todas as que incluiu na publicação, mas uma em especial ele considera importante. “Eu fui fumante, dos 12 anos aos 25 anos, e um dia li um livro sobre hipnotismo. Em determinado capítulo, o livro informava sobre a auto sugestão, auto hipnose. Resolvi tentar. No livro a instrução era falar para si mesmo ‘eu vou deixar de fumar, porque eu quero e porque eu posso’. Fiz uma semana e depois comecei a perceber que a cartela de cigarros estava inteiraâ€, relembra Rene. 

 Com tanta disposição, Rene não parece se importar com convenções sociais sobre a hora de parar. Fez faculdade de Direito, aos 53 anos e, especialização emSistema tributário do IPTU, com 81. Os livros permanecem como companheiros inseparáveis. Ele os devora com vitalidade, cinco ou seis por mês. “Quem pensa em perder, perdido estáâ€, diz, enquanto declama uma poesia.

 Seu Rene tem dois grandes amores na vida. O primeiro, com certeza, é dona Herondina Felix Rosa, 80 anos, esposa com quem teve três filhas, três netos, viajou e foi parar na Espanha e até em Israel. O segundo é a literatura. 

 Há mais de cinco anos, quando Herondina foi diagnosticada com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), os dois precisaram descobrir, todos os dias, como vencer as limitações que a doença traz. A saída para Rene foi unir seus dois amores, declamar uma poesia diariamente para sua “deusa dos lábios de mel, mais doce que os favos de Jatiâ€, como ele mesmo diz. 

 Filho de Polydoro Rosa (Lólinho) e Ana Catarina Bazano Rosa (Totóla), o “contador de histórias†também deu sua contribuição para o crescimento de Jardim, atuando como vereador. Morando há muitos anos às margens da BR 060, entre Jardim e Bela Vista, no lugar denominado Cabeceira do São Marcos, sua adolescência e juventude também se passaram no Distrito do Boqueirão, mais precisamente no “Boqueirão Velhoâ€, onde tiveram um comércio, sendo o único “armazém†do lugar, servindo os pecuaristas da região e sendo considerado um comerciante forte.

 

Para quem desejar mais informações sobre o material literário, o contato é (67) 99932-7059, com Pastor Élcio da Rosa.

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