Kassab derruba todos os presidentes municipais do PSD no Estado

 / Adilson Trindade e Yarima Mecchi

O presidente nacional do PSD, ex-ministro Gilberto Kassab, destituiu todos os presidentes dos diretórios municipais em Mato Grosso do Sul. Com isso, o senador Nelsinho Trad assumiu o comando regional com a queda de Antonio Lacerda sem gastar tinta da caneta para trocar os dirigentes do partido em todos os 79 municípios. A ordem de Kassab a Nelsinho é reoganizar o partido até 25 de junho com a realização de convenções para eleição dos novos presidentes. Hoje, o PSD é comandado por comissões provisórias. Mas o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou eleger diretórios definitivos - ou seja com mandatos.

Com diretórios definitivos, o presidente regional não poderá destituir os dirigentes com uma canetada. Para afastamento dos integrantes dos diretórios, eleitos pelos convencionais, será necessário abertura de processo de intervenção. Já nas comissões provisórias, a troca pode ser a qualquer momento e sem necessidade de processo.

O desafio de Nelsinho é o curto tempo para montar o partido em todo Mato Grosso do Sul. Por isso, decidiu dividir o Estado em três regiões com o deputado estadual Londres Machado, deputado federal Fábio Trad e ao próprio Nelsinho. Enquanto os irmãos terão a missão de reestruturar o PSD em 26 municípios respectivamente, Londres ficou com 27.

Os três dirigentes começarão a percorrer o Estado depois do Carnaval. “Não temos tempo a perderâ€, comentou Nelsinho sobre a missão recebida de Kassab para montar o partido em MS. O senador não pretende ceder às eventuais pressões para apoiar os dirigentes destituídos.

“Vai ter que fazer eleição. Não adianta falar que vai ser fulanoâ€, afirmou o senador. Então os presidentes afastados dos cargos só voltarão se vencerem as eleições no PSD.

Com a direção regional que caiu, o partido fracassou nas últimas eleições municipais. Mas, para diminuir o prejuízo, elegeu Marcos Trad para a Prefeitura de Campo Grande, município onde se concentram mais de 500 mil votos, ou seja, a Capital é o maior colégio eleitoral do Estado.

No interior, o partido não tem nenhum prefeito e só 27 vereadores, incluindo Campo Grande. O desafio da nova direção regional é mudar esse cenário em 2020, com a eleição de prefeitos e vereadores.

O PSD precisa construir base política e eleitoral em todo o Estado para dar sustentação ao candidato a governador. O nome mais cotado é o do prefeito Marcos Trad. Mas, antes de pensar na sucessão estadual, o PSD vai trabalhar pela reeleição de Trad.