Procuradoria manda PF investigar Odilon e encaminha denúncia ao TRF3

Odilon durante entrevista em agenda de campanha. (Foto: Divulgação) / Adriano Fernandes

O procurador regional eleitoral de Mato Grosso do Sul, Marcos Nassar, determinou que a Policia Federal abra inquérito para apurar as denúnciais feitas por Jedeão de Oliveira em relação ao juiz federal aposentado e candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Odilon de Oliveira (PDT).

Jedeão, que foi funcionário de confiança por mais de 20 anos de Odilon, acusou o juiz de vender sentenças, arquitetar negociatas para beneficiar traficante e manipulação de dados para majorar número de apreensões.

 As acusações foram feitas pelo ex-funcionário em entrevista para a Folha de São Paulo, antes da conclusão de inquérito inicial instaurado pela Policia Federal que à época, 31 de agosto, manifestou inviabilidade de investigação alegando a “falta de provas concretas”.

Contudo e devido a “notória repercussão” e “elevada gravidade” das denúncias, Nassar determina os prosseguimento dos trabalhos e o encaminhamento de cópia das declarações de Jedeão à Corregedoria do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

A investigação deve ser encabeçada pela Delecor (Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros) da PF. No documento, o procurador também determina a remoção do sigilo do documento com as declarações de Jedeão.

Denúncias - Desde as denúncias de sumiço de dólares na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande e sua demissão, Jedeão mora em Cuiabá. Ele justificou que foi para o Mato Grosso por medida de segurança. Ele é acusado de desviar R$ 11 milhões da Justiça Federal, foi demitido em 2016 e desde então é alvo de uma investigação, segundo ele, patrocinada pelo ex-chefe.

As “declarações por instrumento particular” datam de 15 de junho de 2018. Odilon é retratado por Jedeão como um exibicionista, que passava por cima da lei para investigar a quem quisesse através de uma agência própria de espionagem e de escutas clandestinas.

As acusações foram protocoladas em um cartório de Bauru (SP) e entregues ao MPF a fim de fechar acordo de delação em ação contra o ex-servidor. O MPF rejeitou a tentativa de acordo por não enxergar ali elementos para uma colaboração premiada, porém, confirmou que vai analisar o documento “para verificar a viabilidade de início de investigação”.