O Rio da Prata continua sendo afetado pela seca. Nesta quarta-feira (24), um levantamento constatou que já são cerca de 7 km quase ou totalmente sem água no leito. O ponto crítico fica no município de Jardim, próximo à ponte do Curê e à rodovia MS-178.
A área impactada aumentou rapidamente. Eram 3 km até 16 de setembro deste ano. Os primeiros sinais começaram a ser vistos no dia 6 do mesmo mês, quando foram registradas mortes de peixes e outros animais aquáticos.
Investigação sobre causas da seca no Rio da Prata é prorrogada por 1 ano
Pela segunda vez, peixes são retirados de trecho do Rio da Prata e salvos
O monitoramento está sendo feito pela ONG (Organização Não-Governamental) Guarda Mirim Ambiental de Jardim, que planeja uma nova força-tarefa para resgatar peixes ameaçados. Na última sexta-feira (19), 148 peixes que corriam risco de morrer asfixiados foram resgatados e transferidos para trecho com profundidade de água suficiente para mantê-los vivos. Eles eram piraputangas, curimbas, lambaris, joaninhas, canivetes, pacu-péva e traíra.
Em vez de vazão mínima no período de estiagem, trecho de leito tem apenas poça d'água (Foto: Nisroque Júnior/Instituto Guarda Mirim Ambiental de Jardim)
O diretor da Guarda Mirim, Nisroque da Silva Soares, explica que foram identificadas novas espécies ilhadas em porções d'água que ainda restam em trechos praticamente secos. O último monitoramento começou nesta manhã e terminou à tarde.
Causas - Elas são investigadas desde julho do ano passado em inquérito pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que foi prorrogado por mais um ano.
Relatório da PMA (Polícia Militar Ambiental) anexado às páginas da investigação afirmou que a seca estava associada à estiagem prolongada e levantou a suspeita de que a construção de drenos nas cabeceiras do rio tenha contribuído para a situação ficar mais alarmante.
O próprio MPMS pediu que os peixes fossem retirados. No ano passado, o mesmo resgate precisou ser feito e a seca só começou a atenuar em outubro.