Assassinato na Vila Carvalho expõe insegurança em região próxima ao Centro

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O assassinato de um morador de rua na noite desta terça-feira (29) expôs o clima de insegurança vivido por quem mora na Vila Carvalho, em Campo Grande. A vítima foi esfaqueada e morreu na calçada da Avenida Joaquim Manoel de Carvalho, em frente a um poste de luz apagado, perto da Rua Miguel Couto, região marcada por conflitos entre usuários de drogas, imóveis abandonados e constantes furtos.

 

“Eu estava dormindo quando ouvi barulho e pouco depois a polícia apareceu. Eram dois moradores de rua que já vi aqui na região. Nunca vi tanto sangue. Não sei o motivo, mas aqui vive acontecendo briga de morador de rua, tudo por causa de droga”, relata o aposentado José Alves Aparecido, de 66 anos.


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O idoso mora nas imediações e descreve um cenário de medo recorrente. “Vivemos num medo constante, porque além disso, tem os furtos. Só meu vizinho já teve umas cinco vezes fio furtado. Depois eles vendem para comprar droga”.

A cena do crime escancara o abandono: fios expostos, muitos cortados por ladrões, imóveis desocupados e o vai e vem de usuários de drogas formam o retrato de uma área que, mesmo próxima ao centro e com algum movimento comercial e de veículos, enfrenta insegurança crescente.

 Assassinato - De acordo com o boletim de ocorrência, o crime ocorreu por volta das 21h. Moradores da região ouviram pedidos de socorro e presenciaram o agressor atacando a vítima com uma faca. Uma das testemunhas relatou que gritou ao ver a cena, fazendo com que o autor fugisse em uma bicicleta, levando a arma do crime. Um homem ainda tentou persegui-lo, mas não conseguiu alcançá-lo.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e, devido à gravidade dos ferimentos, também foi solicitado apoio do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). A médica responsável confirmou o óbito no local. Segundo a perícia, o corpo apresentava sete perfurações por arma branca: quatro no lado esquerdo do tronco, duas nas costas e uma na região da nuca. A vítima tinha entre 35 e 40 anos, possuía visão em apenas um dos olhos e não portava documentos.

Testemunhas informaram que tanto o agressor quanto a vítima eram pessoas em situação de rua e estavam dormindo em um imóvel abandonado próximo ao local do crime. O suspeito teria chegado à região há cerca de dois dias e, conforme relatos, já havia causado desentendimentos com outros frequentadores da área. Nenhum dos envolvidos foi identificado até o momento.