O homem que jogou o corpo de Raquel Perciliano em uma vala em Terenos, a 31 quilômetros de Campo Grande, alegou ter entrado em surto no domingo (27). Raquel tinha 59 anos quando sofreu um infarto durante a relação sexual com o homem, teve seu corpo jogado em uma vala e faleceu.
Em contato com o Jornal Midiamax, o advogado Ivan Oliveira da Silva, que representa a defesa do homem, disse que o cliente contou ter entrado em surto ao ser questionado sobre o motivo de não ter levado a vítima para o hospital. “Quando viu a vítima passando mal, pensou que ela estava morta e entrou em surto. Ele ficou desesperado e sem saber o que fazer”, afirmou o advogado.
Após jogar o corpo de Raquel na vala, o homem — que também é servidor municipal da cidade — contou para a família o ocorrido e viajou até Campo Grande, onde procurou o advogado e informou os fatos. Em seguida, o advogado foi até a delegacia e, junto da polícia, dirigiu-se até o local onde o corpo da mulher estava.
Diferente do informado anteriormente, que no dia da morte seria o segundo encontro de Raquel com o amante, o advogado esclareceu que o casal estaria tendo encontros há muitos anos. Assim como os familiares da vítima, a defesa aguarda o resultado do laudo sobre a causa da morte da mulher.
Investigações
Conforme informações apuradas pelo Jornal Midiamax, o amante teria buscado Raquel próximo à antiga rodoviária de Terenos e, depois, o casal foi para a rodovia manter relações sexuais, quando a mulher começou a passar mal.
Em seguida, o homem carregou Raquel no colo, após achar que ela estivesse morta, jogou-a em uma vala e colocou um tapete em cima do corpo. Ele teria rodado com ela no veículo por cerca de 2 horas até a desova do corpo.
Ainda segundo informações, após jogar o corpo na vala, o amante dirigiu até Campo Grande, onde entrou em contato com o advogado, e o profissional informou a polícia sobre o ocorrido. Entre o corpo jogado na vala e o acionamento da polícia, foram cerca de 5 horas, o que será investigado pela Polícia Civil. Câmeras de segurança por onde o carro passou na rodovia MS-335 também deverão ser analisadas.
A polícia ainda deverá pedir pela quebra do sigilo telefônico de Raquel, para saber dados de consultas médicas anteriores, e não descarta uma reconstituição do crime. Em maio, ela teria passado por uma consulta de rotina e estava afastada do trabalho.

Amante pode ter jogado Raquel viva em vala
O delegado que atendeu ao caso, Gabriel Desterro, disse ao Jornal Midiamax que Raquel tinha um galo em cima de um dos olhos, que acabou ficando roxo, e que este tipo de lesão só é provocada quando a pessoa está viva. “Ele disse que ficou sem saber o que fazer e rodou por cerca de 2 horas com o corpo no carro até jogar em uma vala”, afirmou Desterro. O corpo foi jogado em uma vala de 70 centímetros, perto de um frigorífico.
O delegado revelou que o detalhe do galo em cima de um dos olhos mudou como o caso foi registrado, sendo inicialmente como ocultação de cadáver; mas, devido a este novo fator, o caso foi tipificado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Testemunhas devem ser ouvidas na delegacia no decorrer da semana. Desterro ainda disse que o homem pode ter achado que Raquel estivesse morta e por isso a jogou em uma vala. Mas o delegado disse que os exames do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) confirmaram a morte de Raquel por infarto. “Se ele a tivesse levado e deixado no hospital, não teria sido autuado por homicídio”, disse o delegado.
Jogou corpo na valeta
Na delegacia, o homem afirmou que não agrediu Raquel e que jogou o corpo por não saber o que fazer. O carro foi periciado e nenhum vestígio de luta no veículo foi encontrado. Desterro ainda disse que Raquel estava sem roupas íntimas, sem sapatos e sem celular, e que os objetos não foram localizados.
O delegado ainda disse que o amante falou que Raquel estava sem as roupas íntimas quando a buscou nas proximidades de sua casa para o casal ir até a rodovia, onde manteriam relações sexuais. Os dois eram casados e mantinham uma relação extraconjugal.