No último adeus, pai de Carolina diz que motorista foi covarde e deve ser preso

 / Dany Nascimento e Kerolyn Araújo

Amigos e familiares da jovem Carolina Albuquerque Machado, 23 anos, clamam por Justiça ao dar o último adeus à jovem, que está sendo velada no cemitério Jardim das Palmeiras, em Campo Grande. A bacharel em Direito morreu ao ter o veículo que conduzia atingido por uma caminhonete dirigida em alta velocidade pelo estudante de medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge, 24 anos, que fugiu do local.

Abalado com a perda da filha, Lázaro Barbosa Machado, 63 anos, afirmou que, justamente por ser estudante de medicina, João deveria ter prestado socorro ao filho da jovem, uma criança de 3 anos, que estava com a mãe no momento da batida, mas preferiu ser ‘covarde’.

“Ele provavelmente estava embriagado e fugiu deixando vítimas para trás. Por ser estudante de medicina, ele sabe muito bem como prestar primeiros socorros, sabia que tinha criança no carro e mesmo assim fugiu, ele foi covarde. Se a criança tivesse uma parada cardíaca, ele poderia salvar a vida”, disse o pai.

Lázaro relembra que, ao receber a notícia da morte da filha, foi até a unidade de saúde, mas como entrou em choque, não conseguiu fazer o reconhecimento do corpo. “Entrei em choque, fui à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para reconhecer o corpo, mas não consegui entrar, não consegui. Como é que eu ia ver a minha filha, tão linda, tão maravilhosa numa situação daquela. Espero que a Justiça seja feita”.

O pai garante que já está buscando a ajuda de um advogado para tomar todas as providências necessárias para ver João Pedro preso. “Já estou providenciando um advogado para me acompanhar. Quando alguém dirige a 170 km/h, ele assume o risco de matar alguém. O delegado que atendeu a ocorrência deixou bem claro que foi homicídio. Eu acredito que o rapaz que matou já deve estar acompanhado de um advogado, tentando um habeas corpus provisório. Desejamos esclarecer tudo isso e levar a prisão do responsável pelo crime”.

O presidente da OAB-MS, Mansour Karmouche acompanha a família durante a despedida e garante que a Ordem pretende acompanhar o processo de perto. “Vim prestar solidariedade diante do fato. Como o rapaz fugiu do local, a OAB vai intervir. Ela era uma menina nova, colega de profissão prestes a receber a carteira. Esse caso merece punição por ter mais uma vida ceifada. Vamos cobrar posicionamento das autoridades e uma apuração rigorosa do caso. Na segunda-feira a OAB vai entrar com pedido de intervenção para acompanhar o processo de perto. Esse crime pode ser considerado homicídio doloso, porque uma pessoa que dirige embriagada numa via a 160 km numa via de 50, assume o risco de matar”.

O horário do enterro ainda não foi definido, pois a família aguardam a chegada da irmã de Carolina, que atualmente reside nos Estados Unidos e já está caminho da Capital.